14.7.08

Os discos do Vítor Coutinho

Em Viana do Castelo, no início dos anos setenta, Vítor Coutinho, meu amigo dos tempos do Colégio do Minho e do Liceu Nacional de V.C., já tinha um acervo de discos, bem substancial.
Lembro-me de por uma vez ou outra, no intervalo de aulas que tínhamos na mesma turma, frequentarmos o seu sótão particular, na casa dos avós, em pleno centro histórico da cidade, onde ele já guardava os seus discos arrumadinhos em estantes.
Novidade saída na discoteca local, era novidade guardada e reservada para o Vítor, pelos então empregados da discoteca, depois propriedade daqueles.
Foi assim que tive ocasião de mirar Pin Ups ( o disco de Bowie e não outras coisas...), debaixo do braço do Vítor. Foi assim que ouvimos novidades da época que já nem recordo.

LP´s, singles e ep´s, alinhavam-se, segundo ordem alfabética e cronológica, com exemplares notáveis de alguns discos saídos nessa altura, rica em novidades musicais que perduram ainda como marcos na música popular de expressão anglo-saxónica.

O Vítor, como o chamamos, foi sempre o protótipo do "tipo porreiro", amigo dos seus amigos, afável e simpático no trato, sportinguista dos quatro costados e adepto ferrenho da música dos Beatles.

Há uns anos atrás, em 1995, perguntei-lhe por dois discos que julgava que o Vítor não tinha na sua discoteca. Um de Roy Harper, de 1977, então esgotado e só reeditado em cd, anos mais tarde. Bullinamingvase, era para mim, então, um disco mítico que tinha deixado de ouvir deste esse longínquo 1977. Outro, era um disco de Ian Mathews, de 1974, Somedays you eat the beer and somedays the beer eats you.
O Vítor, tinha e gravou-mos numa cassete.
Anos antes, em 1976, pedi-lhe para me gravar Physical Grafitti, dos Led Zeppelin, saído no ano anterior. Como a cassete, tinha ainda espaço em branco, gravou-me o Light my fire dos Doors.

O Diário de Notícias de Sábado descobriu-o na sua casa, em Carreço, Viana do Castelo, onde guarda as preciosidades musicais em vinilo e agora em cd. A reportagem, concede-lhe a qualidade de grande coleccionador nacional de discos. E de grande coleccionador de discos dos Beatles, em particular.
O amigo Ié-Ié, poderá dizer melhor e por isso fica a reportagem do DN. Assim.