10.2.07

O mundo moderno em revista

Uma das coisas que sempre me interessaram, foram capas de revistas. Quero dizer, a composição das capas, com o tipo de letra associado e a organização gráfica dos títulos, subtítulos e imagens.

Desde muito novo, as capas fascinantes de revistas anódinas ou relevantes, tiveram sobre mim um efeito seguro: vontade de coleccionar, para admirar as letras, imagens e arte figurada, a cores ou preto e branco.

Entre as primeiras revistas que me chegaram às mãos, até pelo carteiro que as entregava, pode muito bem ter sido esta que o meu pai lia, por gosto de profissão.
O Mundo Motorizado, todos os meses chegava em capas coloridas em monocromia e será talvez uma das primeiras imagens em papel que me chega agora, pelos caminhos da memória.

Nos anos seguintes, e ainda em plena década de sessenta, as capas que me captavam a atenção, para além dos livros escolares, eram de revistas dedicadas a aventuras desenhadas.


A Audácia, revista editada pelos missionários combonianos e publicada desde Novembro de 1966, é seguramente, uma dessas. Impressa em formato de metade de A4, para dizer melhor do que A5, sem cor, trazia aventuras de outras terras, por exemplo África, onde nunca estive.
Por esse tempo, outras aventuras de outros heróis desenhados, interessavam-me tanto ou mais que os relatos de Emilio Salgari ou dos Sete e dos Cinco.
As pequenas revistas bi-cromáticas da Agências Portuguesa de Revistas, com nomes de fantasia como Condor, FBI ou Texas Jack acabaram por dirigir a atenção para outros interesses: as histórias da II Guerra Mundial, a espionagem e os livritos policiais e ainda as histórias do Far-West americano.
No final dos sessenta em Portugal, a par da música pop, anglo-saxónica, em expansão mundial, apareceu uma revista esquecida e de cariz popular que integrava desenho, grafismo inovador e ideias novas para o Portugal ainda salazarista e recolhido do mundo:
O Mundo Moderno, começou como Cine-Disco.

A imagem da Audácia foi copiada daqui. Obrigado, Geraldes Lino.

1 comentário:

MARIA disse...

Quantas vezes se pudessemos partir com as folhas da revista para paragens nunca antes vistas, teríamos a audácia de agarrar o mundo com as mãos .....